domingo, 23 de julho de 2017

Dica de Leitura: Conto - Quilômetro Cinza (Um caso vampiro em São Paulo)


Olá pessoas lindas! 
Trago para vocês uma dica super especial de leitura.
O conto Quilômetro Cinza , do meu amigo Rob Camilotti.
Abaixo uma pequena prévia da obra.
Espero que apreciem a leitura como eu apreciei.
Bjs no coração de todos.




Escrito por Rob Camilotti.
Hiroilto foi sem destino então. Fincou a chave no carro,
desobedecendo a advertência veiculada continuamente no rádio
para que ficasse em casa dada à excepcionalidade do que
ocorria com o tempo em São Paulo. - “Talvez, o clima esteja
igual no mundo.” - pensou enquanto dirigia.
“Que está acontecendo?” - a neve caía torrencial ao longo da
Bandeirantes, em flocos grossos, instalando o frio que não era
menos aterrador. Foi percebendo que, enquanto dirigia, era
literalmente o único em toda a cidade que havia tido a ideia de
se atirar ao desconhecido, mas dirigiu o carro com cuidado em
todo momento. Certa hora, Hiroilto parou ao avistar, no
acostamento da marginal, um menino sozinho que não
aparentava ter mais de dez anos. Deu duas pancadinhas no
vidro do carro como quem o anunciava que podia se aproximar,
só que o menino porém limitou-se a olhar em sua direção,
dando a entender que não entendia o que Hiroilto queria. - “Ele
vai morrer congelado se eu não tirá-lo de lá”. - abriu a porta do
carro e se entregou ao frio.
A pista estava escorregadia por causa de uma crosta de neve
que, com alguma rapidez, acumulava-se nas bordas, quase que
se estendendo a um rio congelado. Tinha que ser mais ligeiro
no resgate ao menino. - “Não tenha medo, garoto, deixa eu te
ajudar!” - estendeu-lhe a mão enquanto caminhava, para que
viesse ao seu encontro, porém, de novo, o menino não reagiu.
Valente, no que se aproximou, Hiroilto envolveu o menino nos
seus braços e o levou com ligeireza para dentro do carro. -
“Que merda, Hiroilto!” - na pressa de socorrê-lo, Hiroilto
esqueceu de fechar a porta ao sair do carro e uma boa camada
de neve encobria todo banco do motorista. Com duas braçadas
generosas, expulsou a maior parte da neve. Entrou no carro
mesmo assim e colocou o menino sentado no banco do carona,
ao seu lado.
“Ufa, que aventura hein?! Como se chama, garoto?”
O menino respondeu:
“CD.”
“CD?” - sorriu para o menino, que fez que sim com a
cabeça. - “Prazer em conhecê-lo, CD. Vou levá-lo para casa,
certo? Onde estão seus pais?” - Hiroilto não disfarçou a afeição
que já sentia pelo menino.
CD não o respondeu. Em vez disso, lançou-lhe um olhar
opaco, fosco, inabilitado de sentir. Hiroilto presumiu desse
modo que o menino não tivesse os pais e que, justamento por
isso, o encontrara na rua.
“Pobre garoto!” - exclamou baixo. Disse em seguida. -
“Vamos ficar juntos até que a neve passe e depois te levo para
uma delegacia. Quem sabe eles não te arrumam uns pais bem
legais! Combinado assim, CD?”
CD o encarou com desinteresse. Deu-se a entender que, para
ele, tanto importava o que fariam depois. CD tinha o rosto e as
mãozinhas tão brancos que impressionavam fortemente
Hiroilto, e cada vez mais.
“Está com frio?”
“Um pouco.” - CD respondeu.
“Coitadinho! Não se preocupe porque já estamos chegando.
Vou te levar para casa.”
E Hiroilto passou-lhe as mãos nos cabelos, confortando-o.
Ao fazer isso, se impressionou mais uma vez: os cabelos de CD
estavam extremamente secos e sua pele, sem viço algum,
ficava cada vez mais branca, diferente em comparação a
qualquer outra que já havia visto, como a de um cadáver de um
menino congelado. Em seguida, ao levar a mão ao nariz e
cheirá-la, quase vomitou ao sentir um cheiro terrivelmente
podre em um pouquinho de óleo que se impregnara na ponta
dos dedos. Era como se houvesse acabado de passar a mão na
carniça de um animal morto. Assustado, decidiu levar o
menino direto para uma delegacia, invés de levá-lo para casa
como o havia prometido.
“Estou com fome e eu quero comer agora.” - CD pôs as
mãozinhas sobre sua barriga.
“Já estamos chegando em casa, CD.” - Hiroilto escondeu-
lhe aonde verdadeiramente estavam indo. - “Aguente só mais
um pouco, combinado?” - e foi acelerando o carro, mostrando
pressa em se livrar do menino.
“Eu disse que eu quero comer agora, não me ouviu?”
O menino, antes indefeso, se revelou então. Ao olhar para o
lado, Hiroilto foi tomado pelo horror. Criatura medonha, a
cabeça de CD revelou-se peluda; as orelhas, os olhos, o nariz e
os dentes fininhos lembravam os de um asqueroso morcego.
“Não precisa ser do jeito mais doloroso para você. Só quero
um pouco de sangue. Vou transformá-lo.”
“Vá embora, demônio!” - Hiroilto enfiou o pé no freio.
Com toda calma possível, CD, pequeno conde vampiro, foi
se aproximando lentamente do homem, que, já em paz e a
vontade com seu destino, sentiu cravar os dentinhos na jugular.
“Só uma dose do seu sangue.”
FIM
[Informações do livro ao final da postagem e imagem da
capa do livro]
O conto “Quilômetro Cinza” se soma a outras quinze
histórias que fazem parte do livro “Quilômetro Cinza e
Outros Contos de Cabeça”.
À venda na Amazon em formato eBook, é possível
comprá-lo através do site
https://www.amazon.com.br/dp/B073TRN521/ ou, em
versão impressa, pelo link
https://www.amazon.com/dp/1521801509/.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Hábito do Mês de Outubro - Sistema Flylady

É outubro e isso significa que é hora de trabalhar com um novo hábito!   Este mês, vamos nos concentrar em controlar a Papelada.   ...